sábado, 18 de setembro de 2010

o amor e a loucura -fábula

A Loucura resolveu convidar os amigos para tomar um café em sua casa.

Todos os convidados foram. Após o café, a Loucura propôs:

- Vamos brincar de esconde-esconde?

- Esconde-esconde? O que é isso? -

perguntou a Curiosidade.

- Esconde - esconde é uma brincadeira. Eu conto até cem e vocês se escondem.

Ao terminar de contar, eu vou procurar, e o primeiro a ser encontrado

será o próximo a contar.

Todos aceitaram, menos o Medo e a Preguiça.

-1,2,3,... - a Loucura começou a contar.

A Pressa escondeu-se primeiro, num lugar qualquer.

A Timidez, tímida como sempre, escondeu-se na copa de uma árvore. A Alegria correu para o meio do jardim.

Já a Tristeza começou a chorar, pois não encontrava um local apropriado para se esconder.

A Inveja acompanhou o Triunfo e se escondeu perto dele de baixo de uma pedra. A Loucura continuava a contar e os seus amigos iam se escondendo.

O Desespero ficou desesperado ao ver que a Loucura já estava nonoventa e nove.

- Cem - gritou a Loucura. - Vou começar a procurar.

A primeira a aparecer foi a Curiosidade, já que não agüentava mais querendo saber quem seria o próximo a contar.

Ao olhar para o lado, a Loucura viu a Dúvida em cima de uma cerca sem saber em qual dos lados ficar para melhor se esconder. E assim foram aparecendo a Alegria, a Tristeza, a Timidez...

Quando estavam todos reunidos, a Curiosidade perguntou:

- Onde está o Amor?

Ninguém o tinha visto.. A Loucura começou a procurá-lo.

Procurou em cima da montanha, nos rios, debaixo das pedra

s e nada do Amor aparecer.

Procurando por todos os lados, a Loucura viu uma roseira, pegou um pauzinho e começou a procurar entre os galhos, quando de repente o uviu um grito.

Era o Amor, gritando por Ter furado o olho com um espinho!

A Loucura não sabia o que fazer. Pediu desculpas, implorou pelo perdão do Amor e até prometeu segui-lo para sempre. O Amor aceitou as desculpas...

Hoje, o Amor é cego e a Loucura o acompanha sempre.

cavaleiro do amor

Cavaleiro do Amor

Um dia, numa praça, um jovem exibia seu coração, o mais bonito daquela cidade. Uma grande multidão se aproximou e admirou aquele coração, pois era perfeito. Não havia nele um único sinal que lhe prejudicasse a beleza. Todos reconheceram que realmente era o coração mais bonito que já haviam visto. O jovem estava vaidoso e o ostentava com crescente orgulho.



De repente um velho homem, montado num cavalo, surgiu do meio da

multidão, desceu ao chão e bradou: "Seu coração nem de longe é tão

bonito quanto o meu!"

O jovem e a multidão olharam para o coração do velho homem: batia

fortemente, mas era cheio de cicatrizes. Havia lugares onde faltavam

pedaços e também partes com enxertos que não se encaixavam bem, que

tinham as laterais ressaltadas.

A multidão se espantou: "Como pode ele dizer que seu coração é mais bonito?"

O jovem olhou para o coração do velho homem e disse, rindo: "O senhor

deve estar brincando! Compare seu coração com o meu e veja. O meu é

perfeito e o seu é uma confusão de cicatrizes e emendas!"

"Sim" , disse o velho homem. "O seu tem aparência perfeita mas eu nunca

trocaria o meu por ele. As marcas representam pessoas a quem dei o meu

amor. Eu arranquei pedaços do meu coração e dei a elas e, muitas vezes,

elas me deram pedaços de seus corações para colocar nos espaços

deixados; como esses pedaços não eram de tamanho exato, hoje parecem

enxertos feios e grosseiros, mas eu os conservo como lembranças de amor

que dividimos.

Algumas vezes eu dei pedaços do meu coração e as pessoas que os

receberam não me deram em retorno pedaços de seus corações: esses são

os buracos que você vê. Dar amor é arriscar. Embora esses buracos doam,

eles permanecem abertos, lembrando-me do amor que tenho por aquelas

pessoas, e eu tenho esperança de que um dia elas me dêem retorno e

preencham os espaços que ficaram vazios. Agora você consegue ver o que

é beleza de verdade? "

O jovem ficou em silêncio, com lágrimas rolando por suas faces.

Caminhou em direção do velho homem, olhou para o próprio coração e

arrancou um pedaço, oferecendo-o com as mãos trêmulas.

O homem pegou aquele pedaço, colocou no coração e tirando um outro

pedaço do seu, colocou-o no espaço deixado no coração do jovem. Coube,

mas não perfeitamente, já que havia irregulares beiradas.

O jovem olhou para o seu antes tão perfeito coração. Já não tão

perfeito depois disso, mas muito mais bonito do que sempre fôra, já que

o amor do velho homem entrara nele.

Diante da multidão que os observava em respeitoso silêncio, eles se

abraçaram e saíram andando lado a lado, seguidos pelo cavalo, cujas

patas batendo no solo emitiam o som de corações pulsando ...

Como é o seu coração? Quantas marcas de amor que trocamos trazemos em

nosso ser? Quantos espaços vazios deixamos em outros corações.

Autor: Desconhecido