terça-feira, 6 de julho de 2010

a visita

A Visita




















Cada dia, ao meio-dia, um pobre velho entrava na Igreja, e poucos minutos depois, saía.






Um dia, o sacristão lhe perguntou o que fazia (pois havia objetos de valor na Igreja).






Venho rezar, respondeu o velho.






Mas é estranho, disse o sacristão, que você consiga rezar tão depressa.






Bem, retrucou o velho, eu não sei recitar aquelas orações compridas.






Mas todo dia, ao meio-dia eu entro na Igreja e só falo:






- "Oi Jesus, eu sou o Zé, vim te visitar."






Num minuto, já estou de saída.






É só uma oraçãozinha, mas tenho certeza que Ele me ouve.






Alguns dias depois, o Zé sofreu um acidente e foi internado num hospital e, na enfermaria, passou a exercer uma influência sobre todos:






os doentes mais tristes se tornaram alegres, muitas risadas passaram a ser ouvidas.






Zé, disse-lhe um dia a irmã, os outros doentes dizem que você está sempre tão alegre....






É verdade, irmã, estou sempre tão alegre.






É por causa daquela visita que recebo todo dia.






Me faz tão feliz.






A irmã ficou atônita.






Já tinha notado que a cadeira encostada na cama do Zé estava sempre vazia.






O Zé era um velho solitário, sem ninguém.






- Que visita?






- A que hora?






- Todos os dias. Respondeu Zé;






com um brilho nos olhos.






Todos os dias ao meio-dia Ele vem ficar ao pé cama.






Quando olho para Ele, Ele sorri e diz:






-"Oi, Zé, eu sou Jesus, eu vim te visitar"





































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