sábado, 18 de setembro de 2010

cavaleiro do amor

Cavaleiro do Amor

Um dia, numa praça, um jovem exibia seu coração, o mais bonito daquela cidade. Uma grande multidão se aproximou e admirou aquele coração, pois era perfeito. Não havia nele um único sinal que lhe prejudicasse a beleza. Todos reconheceram que realmente era o coração mais bonito que já haviam visto. O jovem estava vaidoso e o ostentava com crescente orgulho.



De repente um velho homem, montado num cavalo, surgiu do meio da

multidão, desceu ao chão e bradou: "Seu coração nem de longe é tão

bonito quanto o meu!"

O jovem e a multidão olharam para o coração do velho homem: batia

fortemente, mas era cheio de cicatrizes. Havia lugares onde faltavam

pedaços e também partes com enxertos que não se encaixavam bem, que

tinham as laterais ressaltadas.

A multidão se espantou: "Como pode ele dizer que seu coração é mais bonito?"

O jovem olhou para o coração do velho homem e disse, rindo: "O senhor

deve estar brincando! Compare seu coração com o meu e veja. O meu é

perfeito e o seu é uma confusão de cicatrizes e emendas!"

"Sim" , disse o velho homem. "O seu tem aparência perfeita mas eu nunca

trocaria o meu por ele. As marcas representam pessoas a quem dei o meu

amor. Eu arranquei pedaços do meu coração e dei a elas e, muitas vezes,

elas me deram pedaços de seus corações para colocar nos espaços

deixados; como esses pedaços não eram de tamanho exato, hoje parecem

enxertos feios e grosseiros, mas eu os conservo como lembranças de amor

que dividimos.

Algumas vezes eu dei pedaços do meu coração e as pessoas que os

receberam não me deram em retorno pedaços de seus corações: esses são

os buracos que você vê. Dar amor é arriscar. Embora esses buracos doam,

eles permanecem abertos, lembrando-me do amor que tenho por aquelas

pessoas, e eu tenho esperança de que um dia elas me dêem retorno e

preencham os espaços que ficaram vazios. Agora você consegue ver o que

é beleza de verdade? "

O jovem ficou em silêncio, com lágrimas rolando por suas faces.

Caminhou em direção do velho homem, olhou para o próprio coração e

arrancou um pedaço, oferecendo-o com as mãos trêmulas.

O homem pegou aquele pedaço, colocou no coração e tirando um outro

pedaço do seu, colocou-o no espaço deixado no coração do jovem. Coube,

mas não perfeitamente, já que havia irregulares beiradas.

O jovem olhou para o seu antes tão perfeito coração. Já não tão

perfeito depois disso, mas muito mais bonito do que sempre fôra, já que

o amor do velho homem entrara nele.

Diante da multidão que os observava em respeitoso silêncio, eles se

abraçaram e saíram andando lado a lado, seguidos pelo cavalo, cujas

patas batendo no solo emitiam o som de corações pulsando ...

Como é o seu coração? Quantas marcas de amor que trocamos trazemos em

nosso ser? Quantos espaços vazios deixamos em outros corações.

Autor: Desconhecido

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